sábado, 6 de abril de 2013

Poupe frustrações e confira dicas de como não ficar refém da tecnologia

Nunca de fotografou tanto. Mas todo esse legado pode não ter nenhum futuro. Back-ups mal sucedidos, discos rígidos queimados, pen drives perdidos e CDs danificados estão extinguindo registros que podem fazer falta amanhã.
Em maio de 2007, a artista visual Hadylle Moreira teve o privilégio de ver de perto o então Papa Bento XVI, em Aparecida do Norte, na única visita que ele fez ao Brasil. Depois de driblar toda a segurança, conseguiu se aproximar o suficiente para fazer boas fotos da autoridade católica. O momento, no entanto, ficou gravado apenas na memória. Meses depois, as fotos armazenadas no computador foram todas perdidas quando o equipamento simplesmente travou.
Para não dizer que não sobrou nenhuma lembrança daquele momento que ela considerou um dos mais emocionantes que viveu, uma única foto sobrou, no papel. Mas não era do papa. “Sobrou uma que eu revelei para colocar num porta-retratos. Eu e minha mãe, no Rio Paraíba, onde foi encontrada a santa”, explica.
Essa frustração é resultado de uma revolução comportamental desencadeada pelas câmeras digitais. Nunca se fotografou tanto como nos últimos anos. Todo esse legado, no entanto, pode não ter nenhum futuro. Back-ups mal sucedidos, discos rígidos queimados, pen drives perdidos e CDs danificados estão extinguindo registros que podem fazer falta amanhã.
Hadylle que o diga. As fotos do papa foram a perda mais dolorosa para ela, mas não a única. Na faculdade, o trabalho de conclusão de curso incluía fotografias, que também foram perdidas durante o back-up. “Foi tudo embora. Nem gosto de lembrar”, lamenta. Mesmo assim, o hábito de manter os arquivos em formato digital não mudou. “Eu só imprimo algumas vezes, quando quero presentear alguém”, conta.
Essas perdas podem afetar registros históricos e atrapalhar o trabalho de pesquisadores do futuro. De acordo com o diretor do Centro de Documentação e Pesquisa Histórica (CDPH) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Marcos Soares, fotografias são muito importantes para a preservação da história. “São importantes para recuperar, sobretudo, o cotidiano. As fotos oficiais, de grandes eventos, são difíceis de se perder. Mas as transformações do cotidiano ficam registradas nas fotos pessoais”, explica.
Para ele, no entanto, os riscos de se perder fotos digitais não são maiores do que os que se corre com negativos e registros impressos. “Fotos em papel também se perdem por mau acondicionamento, falta de cuidado e outros danos”, afirma.
Segurança
Para o professor do departamento de Computação da UEL, Jacques Brancher, a forma mais segura de armazenar arquivos digitais, inclusive fotos, são as chamadas nuvens de armazenamento de dados na rede. Ali é possível armazenar e acessar os arquivos de qualquer lugar. “É super seguro e é uma ferramenta que é possível ter, inclusive, no celular. Basta entrar na página e fazer o download do serviço”, explica.
Os mais conhecidos, segundo ele, são o Google Drive, o Skydrive e o Dropbox. “Existe um limite de armazenamento gratuito. Quando se excede o limite, o serviço passa a ser cobrado mensalmente”, adverte. O equipamento não precisa ter processador e memórias de última geração, afinal, quem executará as tarefas será o servidor em nuvem.

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